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sábado, 16 de fevereiro de 2008

7- Medicamentos


Olá!!!

Bom, ainda seguindo sugestão do pessoal que me manda e-mails, postarei sobre a medicação da Doença de Crohn, que não é muito diferente da medicação da RCU. Vocês já devem entender um pouco mais sobre as duas doenças e, por isso, perceberão agora que a medicação também depende do local onde a doença está agindo.

Alguns medicamentos só fazem efeito se for para "atacar" a doença no intestino grosso, outros no delgado. Algumas pessoas acham estranho ter a mesma doença e tomar medicamentos e dosagens diferentes. Eis o motivo.


Então... as DII possuem medicamentos divididos nos seguintes grupos:

AMINOSSALICILATOS

Sulfasalazina - Foi o primeiro medicamento com propriedades antiinflamatórias a ser utilizado no tratamento da doença de Crohn. Ela está indicada no tratamento das formas leves e moderadas da inflamação, particularmente aquelas que envolvem algum segmento do cólon. Estima-se que cerca de 20% dos doentes não conseguirão manter-se em tratamento com sulfasalazina, por alguma reação à droga, provavelmente relacionada com o componente sulfamidico. Seu efeito máximo de ação é esperado em torno da 3ª a 4ª semana.

Mesalazina (Ácido 5-aminosalicílico) - É considerado o verdadeiro componente antiinflamatório da molécula de sulfasalazina. Inicialmente indicado como alternativa medicamentosa, tem tido a preferência dos especialistas em todo o mundo, por ser tão eficaz quanto a sulfasalazina no controle da atividade inflamatória de formas leves e moderadas da DC, com menores efeitos secundários. A mesalazina é encontrada no Brasil nas formas de cápsulas e supositórios. Fiquem atentos ao seguinte: existem mesalazinas de 400mg e de 500mg. Se seu médico receitou de 400mg, não aceite a de 500mg e vice-versa. Pode ter certeza que fará diferença.


CORTICÓIDES

São utilizados no tratamento das agudizações manifestas em qualquer segmento do trato gastrointestinal. Não são eficazes na manutenção das remissões nem no tratamento de fístulas. Em uma revisão sistemática recente, a budesonida foi 13% menos eficaz que os corticóides convencionais na indução de remissão e foi inefetiva na manutenção de remissões. Existem várias marcas de corticóides no mercado. Os pacientes reclamam que o corticóide engorda e faz "estragos" no organismo, coisa até que podemos postar a respeito mais à frente. Mas lembrem-se que quando a crise é brava, apenas o corticóide tem esse "poder" de brecar a doença subitamente. Portanto devemos atentar para a questão do custo/benefício, certo?


IMUNOSSUPRESSORES

6 mercaptopurina (6-MP) e Azatioprina (AZA) - Os dados dessas duas medicações são analisados em conjunto, pois a azatioprina é convertida de maneira não enzimática a 6-mercaptopurina, e não há estudo mostrando superioridade entre elas. Podem ser utilizadas na manutenção de recorrências clínicas e cirúrgicas e no tratamento de fístulas. Tipicamente possuem um período de latência para o início do efeito, que situa-se em torno de 4 meses de uso continuado.

Ciclosporina - age inibindo a produção das interleucinas 2,3 e 4, fator de necrose tumoral alfa e interferon gama, pode ser útil em pacientes com doença inflamatória grave ou com fístulas.

Methotrexate - mostrou eficácia no tratamento das agudizações e na manutenção dos pacientes que entraram em remissão após o seu uso. Também tem sido usado no tratamento de fístulas.


ANTIBIÓTICOS

Metronidazol - Foi o primeiro antibiótico utilizado na doença de Crohn. Indicado não só para o controle da atividade inflamatória, como para a tentativa do fechamento de fístulas, especialmente as perianais e perineais. Também impede o "ataque" de fungos/bactérias nas fístulas expostas.

Ciprofloxacina / Claritromicina - Constituem boas opções, como alternativa, no tratamento da atividade inflamatória da DC.


ANTICORPO MONOCLONAL

Infliximab (Remicade®) - Esta substância preparada com parte de soros humanos e parte de animais, vem sendo a grande esperança do tratamento de formas complicada da doença de Crohn, principalmente quando acompanhadas de fístulas. Além de comprometer o desenvolvimento do evento inflamatório, anteriormente à sua instalação, tem, a seu favor, a grande comodidade de sua aplicação. Embora exija a via venosa, portanto de ambiente hospitalar, seu efeito pode durar semanas, sem a necessidade absoluta da utilização de outros medicamentos. Praticamente isento de efeitos colaterais importantes, náusea, fadiga, febre baixa e dor abdominal, este produto, quimérico, misto de humano e animal, pode ser aplicado em intervalos de 8 semanas, ou menos, como nos casos de fístulas.



Salientamos que citamos o nome genérico dos medicamentos. Os nomes comerciais são vários e não temos aqui a pretensão de favorecer nenhum laboratório específico. TODOS os pacientes de DII têm direito a esses medicamentos gratuitamente. Os dados referentes à medicação foram retirados do site do Ministério da Saúde:

http://dtr2001.saude.gov.br/sas/dsra/protocolos/do_d10_00.htm

Lá vocês encontrarão também os detalhes para participarem da distribuição gratuita desses medicamentos.

Até a próxima!


4 comentários:

Mariana disse...

Oi Leca... Está ai um assunto não so interessante como todos os outros... mas muito importante, muito bom!

crisiago disse...

oi leca tudo bom este assunto realmente e importante pra todos

Cíntia disse...

Bem achei muito legal as suas postagens vc devia falar tambémde uma doença chamada Síndrome de Behçet.É interessante as pessoas saberem sobre doenças auto-imunes.Fica aí a dica então...BjoOoO
Cíntia/Diadema-SP

Regina Almada-Biscuit disse...

Olá, Leca, procurando sobre a Azatioprina achei seu blog e o achei muito interessante, estou te seguindo. Eu estou tomando além de outros remédios a azatioprina, por isso queria saber um pouco mais dela. Bjs, se vc puder me adc!