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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

6- Doença Inflamatória Intestinal (DII)

Oi, gente!

É engraçado... o pessoal quase não posta comentários, mas me enviam e-mails dando a maior força e comentando algo sobre a última postagem. Agradeço a todos de coração. Como recebi alguns e-mails com a mesma solicitação, resolvi criar esse post para explicar melhor o que vem a ser as DII e a diferença entre a Doença de Crohn e a RCU. Então vamos lá!

A Doença Inflamatória Intestinal, ou DII, é um termo geral usado para um grupo de doenças inflamatórias crônicas de causa desconhecida envolvendo o trato gastrointestinal. As Doenças Inflamatórias Intestinais podem ser divididas em dois grupos principais: a Retocolite Ulcerativa (RCU) e a Doença de Crohn (DC). Estas doenças, apesar de distintas em alguns aspectos clínicos, endoscópicos e radiológicos, são estudadas concomitantemente juntas por apresentam algumas características genéticas, epidemiológicas e imunológicas semelhantes e principalmente, por apresentarem em comum um processo inflamatório crônico intestinal.

Contudo, apesar de estudadas em um mesmo capítulo, a RCU e a DC têm diferenças importantes na sua forma de apresentação. Estas diferenças se iniciam pelo comprometimento difuso da DC, podendo acometer todo o trato digestivo, da boca até o ânus, enquanto que a RCU limita-se ao intestino grosso (cólons). Vejam novamente a anatomia:

Na doença de Crohn a inflamação é transmural, ou seja, pode acometer todas as camadas da parede intestinal e, o comprometimento é descontínuo (vários segmentos, áreas sem alterações entremeadas à áreas comprometidas). Nesta doença, são comuns úlceras lineares confluentes, profundas, fístulas e estenoses.

Na RCU, a inflamação é delimitada à mucosa e submucosa do intestino grosso e o comprometimento é contínuo, iniciando-se pela parte distal do reto. Não são freqüentes a presença de estenoses e fístulas. Pode coexistir a formação de pseudopólipos, que consistem em afloramentos de tecido de granulação que surge entre as áreas de inflamação. É freqüente a presença de abscessos de cripta, e, praticamente não se encontram granulomas focais.

Na DC a dor abdominal é mais frequente e se localiza em região periumbilical (ao redor do umbigo) e fossa ilíaca direita (nosso lado direito, abaixo da barriga) pois, o principal local de acometimento é a região íleo-cecal. Na RCU a dor é menos intensa e frequentemente se localiza nos flancos e fossa ilíaca esquerda. O sangramento retal é bem mais comum na RCU, encontrado na DC quando haja comprometimento importante do cólon.

Sintomas gerais como mal estar, febre, perda ponderal e anorexia são mais evidentes na DC do que na RCUI. Diarréia crônica, líquida, sem sangue ou pus constitui um dos sintomas que levam o médico a pensar no diagnóstico de DC.

A presença de fístulas perianais, enterocutâneas ou entero-entéricas também devem suscitar diagnóstico de DC, sendo raras na RCU. Quadros suboclusivos são mais frequentes na DC e o megacólon tóxico mais comum na RCU. Sintomas retais como puxo, tenesmo e urgência fecal são mais evidentes na RCU.

Endoscopicamente, também existem algumas peculiaridades inerentes a cada uma, apesar de algumas vezes, o diagnóstico diferencial apresentar-se difícil. Na DC, o comprometimento retal é incomum, as lesões colônicas quando existentes, se apresentam sob a forma de úlceras denominadas aftóides, que são úlceras rasas, esbranquiçadas, de margens elevadas (como se fossem aftas).

Estas diferenças auxiliam fortemente no diagnóstico diferencial entre a RCUI e DC. Contudo, em uma percentagem de 5-10%, apesar da tentativa de se diferenciar clínica, endoscópica e histopatologicamente, não se consegue diferenciar entre DC e RCUI, principalmente quando o comprometimento é exclusivo do cólon. Denomina-se para estes casos colite indeterminada .

Resumo:



5 comentários:

Unknown disse...

Olá!
vc está de parabéns,,, é de muita ajuda o que vc coloca aqui...
Beijos

Mariana disse...

Leca querida.... Sinceramente... Desta vez não tenho nem que comentar, perfeito!!! Adorei a forma como você abordou o assunto.Parabéns!!!

Pedroza disse...

O blog está otimo! Acho que seria interessante cada portador que visitar o blog mandar sua vivência com a doença.

Se quiser eu posso escrever minha experiencia, que vc alessandra sabe como terminou... graças a Deus!

Abraço e Parabens!

Leca Castro disse...

Márcio Pedroza???? Tô precisando falar com vc!!!

Adorei a idéia! Quem quiser, pode mandar sim, vai ser de grande utilidade para os que lerem os depoimentos!

Bjim

Regina Almada-Biscuit disse...

Seu blog é muito esclarescedor, obrigada. Estou te seguindo, bjs