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terça-feira, 29 de julho de 2008

34- Exames que fazem doer na alma...

Voltando ao relato...

Dor abdominal forte... Ambulância... Pronto Atendimento... Internação... Exames...

Essas foram as etapas contadas nos últimos posts, que dourou pouquíssimos dias... Eu estava internada fazendo exames.

No final da semana que se aproximava, seria o noivado do meu irmão. Vamos falar do mano um pouco. Ele mudou-se para uma cidade do Estado do Rio de janeiro em função de um emprego bom que conseguiu por lá. É Engenheiro Mecânico e lá conheceu uma moça muito legal por quem se enamorou e decidiram ficar noivos. Essa festa de noivado tinha alguns significados importantes. Era um noivado, mas na verdade eles iriam morar juntos a partir daquele momento. Meus pais ainda não conheciam a cidade (minha mãe e minha filha já haviam passeado por lá uma vez antes) e iria ser estranho e constrangedor para o meu irmão se ninguém da família fosse até lá. Nossa família é enorme e não justifica ninguém poder ir. Resumindo a história, se eu ficasse no hospital, meus pais não iriam.

Pedi para sair, menti para minha médica, mas sabia que se dissesse que ainda sentia dores, me deixariam mofando no final de semana no hospital, só em observação. Ficaria em casa fazendo essa observação então. Deixei meus pais tranqüilos quanto à viagem e meu bebê não quis me deixar sozinha e ficou comigo. Eles saíram na sexta-feira (24 de março) pela manhã. Na sexta à noite senti um pouco de febre, mas muito pouco, algo em torno de 38º C. No dia seguinte fiquei mais quieta e procurei me alimentar de comidas pastosas. Não queria outra "quase-obstrução". Mas à noite, a febre veio com força. Chegou a 39,5ºC. Como não me lembrava a última vez em que tive uma febre tão alta, liguei pra minha médica. Ela me receitou um antibiótico, pediu que eu observasse se a febre iria ceder e me explicou que tinha que esperar 24 horas para o medicamento fazer efeito. Só aí tomaríamos alguma providência. Encomendei o remédio. O engraçado é que sabia, dentro de mim, que aquela história só estava começando...

Realmente. No domingo comecei a sentir dores novamente, mas não aquela cólica da semana anterior. Uma dor no abdome, de forma generalizada. E a febre diminuiu, mas não cedeu. Minha médica então sugeriu que eu fosse para o hospital para fazer outros exames. Eu disse que estava só com meu bebê e que meus pais chegariam pela manhã, no dia seguinte, segunda-feira. Ela concordou em esperar até o dia seguinte. Como eu já havia prevenido a meu irmão no sábado sobre a febre, meus pais voltaram já sabendo que isso ocorreu. Quando eles chegaram, eu já estava de banho tomado e pronta para ir.

Como já tinha começado uma mentira, tive que dar continuidade. Sabe aquela estória da bola de neve? Pois é... Minha mãe foi comigo até o hospital. Eu disse que era para fazer novos exames somente. Mas sabia que teriam que me internar novamente. Era dia 27 de março.

Cheguei no hospital, no Pronto Atendimento, dizendo que minha médica estava à minha espera, pois precisava me examinar. Aguardei um pouco e entrei no ambulatório. Expliquei a ela tudo que tinha feito e o por quê. Mas que estava consciente de que nada teria mudado se estivesse no hospital ainda internada. Minha mãe me olhou com os olhos arregalados... Ela estava com cirurgia marcada, mas fez pedido de 2 exames: Ultrassom Abdominal e Tomografia Computadorizada de abdome inferior. Chamou uma das colegas da clínica, que também trabalhava no hospital e pediu que, após a primeira cirurgia, me procurasse para saber como estavam os exames e providenciasse minha internação.

Fui novamente para o setor de exames. Dessa vez estava andando, com roupas de passeio. Sentei no hall de espera enquanto aguardava me chamarem. Não me lembro quanto tempo tive que esperar, mas não foi pouco. Então uma funcionária me chamou e disse que o exame da tomografia seria o primeiro porque o ultrassom estava lotado. Eu disse que tudo bem. Ela então me passou uma jarra com um líquido sem gosto para tomar. Era o contraste. Precisava beber pelo menos uns 6 copos. Minha mãe estava comigo o tempo todo.

Mas as dores começaram a aumentar. Veio a primeira vontade de ir ao banheiro. Avisei à funcionária que iria ao banheiro e que não podia evitar em função da doença que tinha. Ela me levou até um banheiro imundo, dentro do hospital!!!! Pode???? Na hora tive um bloqueio e não consegui nem olhar no vaso. Comecei a ficar nervosa. Voltei para o hall e continuei a tomar o contraste. Agora tinha cólicas e as dores. Chamei o médico responsável e expliquei a ele a necessidade do uso do banheiro, a sujeira que estava e que eu não podia usá-lo, em função principalmente da fístula. (Imaginem... uma fístula com 2 aberturas: no ânus e na entrada da vagina... risco constante de infecção).

Naquela hora senti ele me olhando torto. Era tudo que eu precisava. Novos desgastes em exames. Fui levada até outro banheiro, mas no meio do caminho senti um líquido escorrendo pelas minhas pernas. Eram fezes líquidas... E estavam saindo pela vagina (pela fístula). Fiquei apavorada!

Cheguei no banheiro, evacuei, limpei, mas vi que estava com as pernas e vestido sujos. Consegui me limpar nas pernas e pés, mas o vestido continuava sujo. Paciência...

Voltei para o hall, acabei de tomar o contraste e fui chamada para fazer a tomografia. Já estava completamente estressada com tudo que estava acontecendo, com o constrangimento de estar suja, com a demora, com a dor nas costas, com a cólica, com a fome...

O médico da tomografia estava completamente impaciente e demonstrou que queria acabar o exame logo para ficar livre. Deitei no aparelho e a funcionária da enfermagem puncionou uma veia em meu braço para injetar outro contraste durante o exame. Quando começamos, senti uma cólica de leve, mas fiquei tranqüila. Repetia a mim mesma que faltava pouco, que logo tudo acabaria. A funcionária voltou e disse que ia injetar o contraste e que o procedimento tinha que ser feito com rapidez e que eu poderia sentir náusea e tonteira. Mal ela acabou de injetar (e foi rápido mesmo), não consegui me segurar e vomitei horrores. Estava agora duplamente suja e havia sujado a mesa e parte grande da sala.

O médico, que já não estava com paciência para um exame sem intercorrências, disse que só me limparia após o término do exame. Achei aquilo um absurdo. Vocês lembram o que acontece comigo quando fico com dor e chateada ao mesmo tempo? Pois é... desandei a chorar. Mas tinha que chorar sem mexer para não atrapalhar os exames. Meu Deus! Que situação.

Saí dali direto para o banheiro. Suja, molhada e chorando. Senti tanta raiva do médico que tive vontade de contar para todo mundo como ele me tratou lá dentro. Saí do banheiro e voltei para o hall. Estava me sentindo suja e exalando fedor, mas ainda faltava o ultrassom. No hall não havia lugar para sentar. Estava cheio de gente. Minha cabeça rodava, desejando que aquilo tudo fosse apenas um terrível pesadelo. Sabia que precisava manter a calma, mas quem disse que eu conseguia? Estava apavorada, chateada, constrangida e com dores terríveis da sacroileíte e no abdome. Já haviam se passado mais de meia hora que eu estava lá, em pé, esperando pelo ultrassom, quando a colega da minha médica chegou lá, me procurando, querendo saber porque eu estava demorando. Quando me viu naquele estado, chamou imediatamente o funcionário mais próximo e perguntou porque eu estava em pé, naquela condição, esperando por tanto tempo para a realização dos exames.

Ela já havia realizado duas cirurgias nesse tempo e precisava do resultado para saber se me internava. Nem preciso contar o susto que minha mãe levou quando ouviu a palavra “internação”. Na mesma hora me pegaram pelo braço e me deitaram em uma maca vazia que havia lá, atrás de uma cortina. A auxiliar da médica que faria o ultrassom apareceu e explicou que estava muito cheio de gente esperando também. Ela explicou minha situação e pediu prioridade. Essa auxiliar então conversou com a médica responsável e, ali mesmo onde eu estava, ela chegou com um aparelho reserva e começou a fazer o exame em mim. Acabando o exame, a colega da minha médica pediu que levassem o resultado até o ambulatório porque ela ia me levar para lá e providenciar minha internação. Assim fizemos.

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Vou dar uma pausa aqui, porque também preciso me refazer... rs

Até o próximo post!

Bjim

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Um comentário:

Anônimo disse...

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