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terça-feira, 20 de janeiro de 2009

58- Primeira Festa com a Colostomia...

Refiz os exames de sangue assim que o mês de junho/07 começou. A albumina normalizou e a hemoglobina subiu para 11.0 g/dL. A alimentação com o caldo da carne e das verduras estavam funcionando, juntamente com o remédio. Mas, sinceramente, pelas experiências anteriores, acho que o que realmente fez a diferença foi a alimentação. Aproveitando a água de carnes cozidas, folhas cozidas, tudo para fazer a comida.

Mas o fato mais marcante do mês seria o casamento do meu irmão. E eu iria fazer uma viagem longa, de 8 a 9 horas, depois de anos viajando somente umas 4 horas no máximo. E após a cirurgia do estoma, seria realmente minha primeira saída de casa por tanto tempo. Íamos viajar por 4 dias. E o que realmente ia ser interessante é que o meu namorado também ia e seu filho também. Ia conhecer o filhote lindo dele e a minha família também. Meu irmão ainda nem conhecia ele!

A viagem foi tranqüila, apesar de cansativa, mas a cerimônia do casamento só aconteceria no dia seguinte, o que para mim foi bom. Poderia descansar e refazer a irrigação no dia seguinte. Havia feito a irrigação para a viagem, mas não coloquei o tampão. Não quis arriscar e coloquei a bolsa mesmo. A finalidade era não evacuar durante a viagem para não precisar usar o banheiro. Deu certo!

No dia seguinte, dia do casamento, fiquei calculando o tempo que teria para curtir a cerimônia e a festa sem estar com a bolsa de colostomia. Teria que fazer a irrigação o mais perto possível do horário da cerimônia para poder aproveitar bem. Mas é muito complicado vc fazer isso em um banheiro desconhecido e já toda maquiada e com cabelo pronto. Demorei 1 hora no banheiro e coloquei o obturador. Claro que na bolsa fui levando uma bolsa de colostomia para o caso de uma emergência, que graças a Deus não aconteceu. Quando cheguei na casa do meu irmão, após a festa, tirei o obturador e coloquei a bolsa para dormir. Não vou entrar em detalhes, mas o casamento foi simplesmente lindo. Acho que nunca havia me emocionado tanto antes. Foi tudo muito perfeito! A cerimônia e a festa...

O Bolo do Casamento


Mas como nem tudo são flores... na noite anterior à viagem de volta tive uma discussão com o meu namorado. Foi nossa primeira briga “ao vivo”, pessoalmente, olho no olho. Foi desgastante e posso dizer, com toda a certeza, que nessa noite algo dentro de mim se perdeu em relação ao nosso namoro. Não chorei, não gritei, não disparei a falar. Simplesmente “murchei”. Foi decepcionante, eu diria...

Fizemos a viagem de volta e 2 dias depois seria dia dos namorados. E nesse dia, tive a confirmação que não queria mais continuar daquele jeito... algo se perdeu mesmo... os detalhes aqui tornam-se, nesse momento dispensáveis. Toda relação tem seus problemas, mas meu objetivo não é esmiuçá-los, mesmo porque seria expô-lo sem necessidade, e não é esse meu objetivo. Mas preciso relatar que passávamos por problemas porque isso interfere diretamente em meu emocional e em todos os problemas desencadeados pelo Crohn. Espero que entendam e que ele possa me perdoar por trazer a público momentos que pertencem somente a nós.

E aqui entro com um detalhe particular meu, que serviu até hoje para todos os meus relacionamentos (que não foram muitos). Posso gostar ao extremo da pessoa que está comigo, mas se o respeito for perdido, eu não consigo mais conviver. Não consigo conceber que amo alguém que me desrespeitou (em qualquer nível que seja). A paixão pode até continuar, mas amor, esse não. Sempre que amo alguém, amo prá valer. Com defeitos e virtudes. E o único desrespeito que já tolerei até hoje de pessoas que amo foram de meus pais e minha filha, porque deles sei que é um amor incondicional e que esse quadro pode se reverter com mais amor ainda. Mas tolerar isso de um homem que está entrando em minha vida... não. Realmente não preciso disso nesse momento mais.


Aliás, nunca tive grandes problemas em ficar sem namorado. Até acho estranho algumas pessoas que não conseguem ficar só por um tempo, como se tivessem medo de ficarem a sós consigo mesmas... sei lá, não estou aqui para julgar ninguém, mas apenas para relatar sobre mim, e sinceramente prefiro ficar sozinha a ter inúmeras dificuldades e chateações. Talvez quando estiver mais tranquila com a doença mais estável...

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