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terça-feira, 9 de dezembro de 2008

52- A Segunda cirurgia do Estoma


Nesse intervalo até a cirurgia, aproveitei e fui até a PUC para entrar com o pedido de Assistência Acadêmica Domiciliar. Minha vida de estudante ficou da seguinte forma: faria em casa as 3 últimas matérias teóricas que me faltavam e no semestre seguinte tentaria fazer o estágio do 7º período pela manhã e o do 9º à tarde. Se conseguisse, formaria no final do ano (2007).

Fiz o risco cirúrgico com o mesmo médico que cuidou da minha trombose. Ele me atendeu antes do primeiro horário de marcação, visto que era caso de urgência. Por isso amo essa pessoa linda. A maioria dos profissionais não teriam esse compromisso, e olha que já rodei vários consultórios...

Voltei na minha médica com o risco cirúrgico, ela viu a ferida e marcamos a cirurgia, horário, etc. Era dia 08 e marcamos para o dia 14/02/07. O coagulograma estava bom, o risco cirúrgico também, só a anemia que continuava, mas ela disse que dava prá encarar. O relatório do Cardiologista:


“A paciente é portadora de Doença Inflamatória Intestinal, com passado de T.V.P. após cirurgia pélvica, quadro já resolvido. Atualmente já sem anticoagulação oral, apresenta boa capacidade física aeróbica, sem limitação cardiovascular para atividades estimadas em torno de 5 metros.

Não apresenta impedimento médico para a cirurgia abdominal proposta, sendo recomendada profilaxia para T.V.P./T.E.P. estimadas de alta probabilidade (Enoxaparina 40mg MID no pós operatório durante duas semanas, além de mobilização precoce).”


Ela me explicou que essa cirurgia, apesar de programada, seria “sem plano de vôo”, ou seja, ela sabia o que fazer mas dependeria do que ela encontrasse ao abrir. A princípio a anestesia não seria com entubação. Somente se precisasse, na hora é que ela saberia. Tem como não preocupar depois de saber que o destino da cirurgia era incerto? Tentei manter a calma, o meu namorado ajudou bastante com suas palavras e teve muita paciência comigo. E disse que viria me ver no carnaval, como estava combinado, só não ficaria os 4 dias. Disse a ele que viesse no sábado de carnaval e ficasse comigo no hospital. Meu pai estaria viajando e com minha mãe eu conversaria. Combinamos de definir o dia da sua vinda após a cirurgia, pois não sabíamos como estaria meu estado. No dia 10 tirei nova foto da ferida, que já estava bem melhor:


Algo muito esdrúxulo (adoro essa palavra) aconteceu no domingo, dia 11, antes da cirurgia. Fui para a evangelização normalmente e quando chego em casa, sinto um cheiro forte: minha mãe mandou envernizar os móveis do apartamento... Todos! Nas vésperas da cirurgia... Comecei a espirrar e fiquei com muita raiva disso. Quase mandei ela envernizar meu próprio caixão (me inspirei em palavras alheias...).

No dia 13, na véspera, fiz a Auto-Hemoterapia com 20ml. Queria uma dose maior como proteção contra infecções, principalmente a hospitalar. Fui também até o hospital conversar com a anestesista, já que eu não estava internada. Conversamos bastante e ela me deixou muito tranqüila. Aqui conto um segredo para vocês: meu maior medo na cirurgia é a anestesia. Mas fui para casa mais aliviada...

E chegou o dia... fui para o hospital... minha filha iria para lá depois da sessão de fonoaudiologia, que terminava às 14h. Como a cirurgia estava marcada para as 11h, era capaz dela chegar no hospital e eu ainda estar no bloco. E realmente, pois só me buscaram no quarto às 12:45h. Já estava louca de vontade de tomar a anestesia logo, pois a fome era terrível! E pelo que meu pai anotou, às 14:15h informaram que a cirurgia ainda não havia começado. Na segunda tentativa de informação, disseram que a cirurgia corria bem e que havia começado às 15h. Por volta das 18h minha médica esteve no quarto com meus pais e disse que correu tudo bem: acabou a ferida, corrigiu o estoma e acertou a hérnia. Não houve necessidade de entubação e assim que a recuperação da anestesia estivesse certa que eu subiria para o quarto, mas só cheguei lá às 20h. Agora, o que me lembro é de ter entrado no bloco, esperado um bom tempo antes de ir para a sala e ver toda a movimentação do pessoal. Quando entrei, deitei e fiquei esperando. A enfermeira estagiária era minha colega de sala na PUC e lembro de que disse a ela que ia ficar envergonhada dela me ver nua. A anestesista chegou e se preparou, só que não conseguia puncionar veia em mim. Fez 6 tentativas. Chamou o anestesista da sala ao lado, que conseguiu, com a graça de Deus. A minha médica chegou, desejei boa sorte a ela e não me lembro de mais nada.

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